Aissa – A Grande Madrasta

Aissa – A Grande Madrasta

Aissa foi introduzida na versão 2.1.0 de Grim Soul e desempenha um papel importante na lore do jogo. Sua história é revelada através de 12 pergaminhos, que podem ser encontrados após derrotá-la em batalha.

Esta é considerada por muitos jogadores a Boss mais difícil do jogo – e não sem motivo. Derrotá-la exige resistência, precisão e domínio de mecânicas avançadas, como troca rápida de armas, movimentação eficiente e gestão de itens. A batalha contra Aissa é longa e intensa para os exilados mais inexperientes, e um único erro pode ser fatal.

Por Que Aissa É Tão Difícil?

Ataques com chance de insta-kill – Seus golpes têm uma chance de 40% a 50% de causar morte instantânea, ignorando sua armadura, cura ou buffs. Mesmo Poções de São Pedro podem ser anuladas em um único ataque.

Invocação de inimigos – Durante a luta, ela pode chamar 2 Hóspedes da Noite e 2 Esqueletos para te atacar simultaneamente.

Zona Amaldiçoada – Toda a área da batalha possui efeitos negativos:

  • Dano contínuo de 5 por segundo.
  • Rastro da Morte – Rastro deixado por Aissa no chão que causa 30 de dano por passo.

Desgaste acelerado de equipamentos – Armas e armaduras perdem durabilidade em dobro dentro da zona.

Controle mental – Aissa possui um cântico hipnótico que, se não for interrompido em 3 segundos, faz seu personagem caminhar diretamente para seu abraço mortal, impedindo qualquer ação.

Resistência absurda – Aissa tem 1700 de HP, tornando a batalha prolongada. Além disso, se ela te matar, recupera 240 de HP, dificultando ainda mais a luta.

Ela Parece Invencível… Mas Não É

Poucos jogadores conseguem derrotá-la com traquilidade nas primeiras tentativas. No entanto, com a estratégia certa, a batalha pode ser controlada e vencida.

Com o tempo, diversas táticas foram criadas utilizando habilidades e armas específicas, facilitando o confronto.

A Estratégia Padrão para Derrotar Aissa

Embora existam métodos avançados e caros, existe uma estratégia “padrão”, baseada em itens comuns que podem ser obtidos apenas farmando em zonas de crânios e com uma arma Única que pode ser obtida com uma Criatura da Praga.

Nas próximas seções, vamos detalhar passo a passo como enfrentar Aissa de maneira eficiente e menos mortal, permitindo que você adapte a estratégia ao seu estilo de jogo.

Desbloqueando a zona da Aissa

Antes de poder tentar enfrenta-la você precisa desbloquear sua aparição. Para ter acesso a Grande Madrasta você precisa primeiro vencer Gerhard Eisenborg no terceiro piso da Masmorra dos Renegados e obter seu pequeno cavalinho de madeira. Esse item não é um drop garantido de Eisen podendo ser necessário enfrenta-lo várias vezes antes de conseguir encontrar um.

Com o cavalo de madeira em mãos você deve ter uma fogueira em sua base e jogar o cavalinho para queimar. A fogueira não precisa estar acesa, basta utiliza-lo ao interagir com a mesma. Mas atenção, ao realizar esta ação esteja preparado para enfrentar Aissa pela sua primeira vez, pois seu local ficará disponível por 10 horas antes de desaparecer. Isso não é realmente um problema já que após isso o local de Aissa irá reaparecer novamente a cada três dias e ficar disponível por 24 horas, e essa mecânica será fixa.

Se Preparando para a Batalha contra Aissa

Para enfrentar Aissa, alguns itens são indispensáveis, enquanto outros são altamente recomendados para facilitar a luta. Neste guia, explicamos como se preparar e quais equipamentos utilizar para aumentar suas chances de sucesso. Vale lembrar que essa estratégia pode ser adaptada de acordo com os recursos disponíveis.

Um dos itens importantes para essa luta é o arco, pois ele permite interromper o cântico de Aissa à distância, evitando que ela tome o controle do seu personagem. Atacá-la com uma arma corpo a corpo também cancela o efeito, mas você irá receber dois golpes seguidos e morrer instantaneamente é um risco altíssimo, já que seus ataques tem chance de insta-kill. O ideal é sempre manter distância para evitar esse perigo. Embora seja possível utilizar Poções de São Pedro para sobreviver ao ataque, elas são extremamente raras e devem ser utilizadas apenas como forma de recuperação de erros.

Outro item essencial é a tocha, que será usada para espantar os Hóspedes da Noite, já que Aissa pode invocar dois deles simultaneamente a qualquer momento da luta após ter perdido HP. Como alternativa, jogadores que possuem a Espada Flamejante podem usá-la, pois também repele os Hóspedes além de matar os esqueletos com 1 único hit. No entanto, para este guia, adotamos uma estratégia acessível a qualquer jogador, utilizando apenas equipamentos básicos.

As armadilhas desempenham um papel fundamental na luta, pois são a única maneira de atacar Aissa sem receber ataques de volta. Cada armadilha permite que você acerte pelo menos dois golpes com segurança antes que ela se liberte. Jogadores mais experientes, utilizando armas rápidas ou habilidades/poções que aumentam a velocidade de ataque, podem acertar até quatro golpes, mas essa abordagem é arriscada e pode resultar em morte. Para iniciantes, a estratégia mais segura é manter o limite de dois ataques por armadilha, prolongando a luta, mas garantindo mais controle sobre a batalha. Você deve levar no mínimo 20.

Para eliminar os esqueletos invocados durante o combate, uma opção é a Espada Bastarda +1, pois pode derrotá-los com um único golpe caso tenha 70 de ataque. Essa arma pode ser fabricada, o que facilita o acesso a ela. Caso prefira outra alternativa, qualquer arma com um ataque final de 70 ou mais pode ser utilizada para esse propósito. Para alcançar esse dano com a Bastarda, ela precisa estar afiada +1, e o jogador deve ter a habilidade de aumento de ataque dela no nível 6. É bastante importante conseguir matar os esqueletos com apenas 1 golpe. Em último caso uma Cimitarra pode ser utilizada, ela pode matar esqueletos com 2 hits e é rápida, mas lembre-se, a durabilidade dos itens aqui são gastas em dobro.

Como arma principal contra Aissa, a Adaga Envenenada é uma excelente escolha, pois possui ataque rápido e pode aplicar veneno. Uma alternativa mais eficiente, mas difícil de obter, é o Tridente Envenenado, que possui alto dano físico e uma taxa envenenamento garantido em cada hit, encurtando muito a duração da batalha. Isso pode ser crucial, pois quanto mais tempo a luta se prolonga, maior o desgaste mental do jogador, aumentando a chance de erros. O Martelo de Guerra também é uma opção, pois ignora a defesa do inimigo, algo extremamente útil contra Aissa, que possui uma alta resistência e um grande pool de HP (1750). Como desvantagem, essa arma tende a quebrar antes da metade da vida dela, exigindo pelo menos duas ou três unidades para concluir a luta.

Após derrotar Aissa, dois morcegos surgirão imediatamente e começarão a atacar. Muitos jogadores já foram derrotados nessa fase por não estarem preparados. Para evitar isso, é altamente recomendado levar uma arma mais forte do tipo Arco ou Balestra, como a Balestra Leve ou mesmo a Simples, que permitem eliminar os morcegos rapidamente. O mais importante é equipar essa arma logo após a morte de Aissa, sem perder tempo, pois qualquer descuido nesse momento pode ser fatal.

Devido ao dano contínuo da Zona Amaldiçoada, que drena HP constantemente (5 por segundo), levar pelo menos 80 itens de cura com 40 ou mais pontos de regeneração é essencial. Mesmo que você não sofra ataques diretos, a zona inflige dano de forma passiva, além dos danos adicionais causados pelo rastro da morte deixados no chão, que geram 30 de dano por passo. Além disso, é importante lembrar que alguns itens de cura aceleram a sede, por isso é recomendável levar Água ou Bebida de Bagas para evitar morrer de sede se for o caso.

Para a armadura, não é necessário muita defesa, já que a estratégia é evitar ser atingido diretamente. A Armadura de Bronze é uma excelente escolha, pois concede um bolso extra, permitindo carregar mais um item de acesso rápido. As Botas de Bronze também são altamente recomendadas, pois aumentam a velocidade de movimento, facilitando a sua movimentação constante nessa luta. As duas peças ja garantem defesa suficiente para esta batalha, não é necessário o set completo.

Com essa preparação, a luta contra Aissa ainda será desafiadora, mas muito mais controlável. A partir dessa lista básica, cada jogador pode encontrar suas próprias variações, adaptando para seu estilo e recursos disponíveis.

Corrida Interminável: Como Enfrentar Aissa

Para sobreviver à batalha contra Aissa, você precisará estar em constante movimento, evitando seus ataques e preparando-se para trocas rápidas de equipamento. Aqui esta a importância da Armadura de Bronze e as Botas de Bronze serem escolhas essenciais, pois garantem um bolso extra e maior velocidade para se deslocar pelo campo de batalha.

Assim que entrar na zona de combate, você estará do lado de fora de um cemitério cercado por grades. Uma vez que atravessar o portão, ele se fechará, e a única saída será derrotar Aissa ou morrer tentando. Antes de entrar, tenha em mãos a Espada Bastarda +1, um Arco Simples e itens de cura nos bolsos rápidos. A tocha e as armadilhas devem estar em locais de fácil acesso no inventário, pois você precisará pegá-las rapidamente durante a luta. Se for preciso treine antes para conseguir pegar rapidamente a tocha e plantar armadilhas, cada segundo aqui é importante.

A escolha do sentido de movimentação pode influenciar na sua estratégia. Se estiver enfrentando Aissa pela primeira vez, o ideal é correr no sentido anti-horário, pois, caso morra e precise retornar, esse será o caminho natural para reentrar na luta sem ser surpreendido, mas não é mandatório no inicio. Inicie na direção que for mais confortável pra você.

Ao entrar no cemitério, você pode seguir pelo lado escolhido e colocar uma armadilha no chão antes que Aissa saia da tumba. Ela demora cerca de 5 segundos para emergir e começar a persegui-lo. Algumas áreas são mais adequadas para plantar armadilhas, pois certos pontos do mapa tornam mais provável que esqueletos acidentalmente desarmem as armadilhas antes que Aissa caia nelas. Como isso pode arruinar sua estratégia, o posicionamento correto é crucial, além de atenção aos momentos de respaw de esqueletos. Lembre-se que os locais onde eles vão pisar são definidos pelos locais onde você esta. Eles vão procurar sempre o caminho mais curto até você.

Uma abordagem possível é plantar todas as armadilhas antes de iniciar o ataque, dividindo a luta em duas fases: primeiro, a preparação do terreno; depois, o combate direto. Essa estratégia tem a vantagem de permitir um início organizado, e caso Aissa o mate nessa fase, ela não recuperará vida, já que o combate ainda não foi iniciado, você ainda não gastou sua arma contrá ela nem suas armadilhas ja que elas permanecem no chão. No entanto, a principal desvantagem é o risco de esqueletos acionarem as armadilhas antes do momento certo, desperdiçando seus recursos.

Uma alternativa mais equilibrada é colocar de 5 a 10 armadilhas por vez, iniciar os ataques e, conforme a luta avança, reposicionar novas armadilhas. Essa tática reduz o risco de desperdício e permite um controle maior da luta. Porém você precisará estar mais acostumado a trocar itens no inventário rapidamente.

Enquanto estiver posicionando armadilhas, mantenha a Espada Bastarda na mão e o Arco no bolso rápido. Quando for iniciar os ataques, troque a Bastarda pela sua arma principal contra Aissa. Em nenhum momento o arco deve sair do bolso enquanto ela estiver viva, pois ele será sua única defesa contra seu cântico de controle mental.

A movimentação deve ser feita mantendo Aissa o mais próximo possível do centro do mapa, garantindo que o rastro da morte fique concentrado em um único trajeto repetitivo. Isso evita que o caminho fique completamente bloqueado pelos rastros de dano, o que poderia limitar suas opções de fuga e resultar em uma morte inevitável. Para isso basta tomar uma boa distância dela antes de plantar armadilhas. Ela sempre vai andar beirando as paredes internas pois é o caminho mais curto para chegar até você.

Se esqueletos surgirem durante o combate, interrompa os ataques a Aissa e elimine-os primeiro. O mesmo vale caso Hóspedes da Noite sejam invocados. Nesse caso, equipe rapidamente a tocha para espantá-los antes de continuar o combate. Mas sempre se afaste da Aissa primeiro.

A progressão da luta exigirá paciência. No início, a barra de vida de Aissa parecerá descer muito lentamente, o que pode ser frustrante e aumentar a tensão, mas manter a calma e repetir o processo corretamente é essencial. Essa é a forma como a batalha foi projetada – uma luta baseada em resistência, estratégia e execução precisa.

O combate pode durar entre 10 a 20 minutos, dependendo da sua eficiência e do número de erros cometidos. Caso consiga manter-se vivo durante todo esse tempo sem falhas, Aissa cairá e a luta estará concluída. Se morrer algumas vezes esse tempo poderá aumentar bastante.

Embora seja possível facilitar essa batalha com equipamentos e pergaminhos raros, a dificuldade para obte-los faz com que isso não seja o ideal para ser executado como forma “padrão” nessa batalha. Com 18 pergaminhos de Castigo Divino você pode mata-la facilmente, inclusive cortando seu cantico ao utilizar o pergaminho, mas isso não é prático, os pergaminhos são muito raros, você não terá tantos, utilize os como uma forma de recuperar, não como o método principal. É muito recomendado conseguir matar ela algumas vezes com itens mais básicos, para não entrar com tantos itens raros e acabar gastando tudo e não conseguindo mata-la.

Se você seguir corretamente a estratégia e derrotar Aissa, seu loot incluirá itens valiosos, especialmente se ainda estiver em busca de livros de habilidades. Além disso, Aissa pode dropar itens exclusivos, impossíveis de serem obtidos em outras partes do jogo, e até mesmo um Alforge de Couro.

Como uma consequência direta da sua morte, pelos próximos 60 minutos, ao entrar no mapa de Lubenia ou em algumas zonas específicas, será possível ouvir um cântico triste da Grande Madrasta. Além disso, a água da chuva se transformará em sangue, representando a dor e o destino cruel de Aissa, talvez uma última manifestação de tristeza pelo Deus Sinistro.

Caso você queira desistir da batalha porque esta muito dificil, você pode recuperar os itens do seu corpo se não morrer mais uma vez antes de pega-los de volta. Se eles estiverem no meio do mapa, você pode entrar e pegar rapidamente seus itens, depois va em direção ao portão de entrada e deixe ela te matar la. Morrendo encostado no portão você consegue se aproximar uma segunda vez e obter os itens sem precisar entrar no cemitério, assim o portão não vai fechar com você la dentro.

Depois de praticar bastante essa dinâmica vai ficar cada vez mais fácil. Pode demorar um pouco, e a música durante a batalha também faz com que tudo fique mais tenso, mas uma hora você certamente vai se acostumar e conseguir matar Aissa sem morrer nenhuma vez. Existem muitos jogadores que aperfeiçoaram suas técnicas para mata-la e compartilham isso no YouTube. O ARK do Canal Ark Grim Soul recetemente a derrotou no seu método mais rápido e limpo, utilizando apenas um Taco de Pregos na versão de alta durabilidade e as habilidades. Ele leva um único hit dela, mas utilizando a Tintura de São Pedro, caso tenha azar, não morre e consegue mata-la em menos de 1 minuto. É uma forma bastante ousada mas que ele executa com perfeição e leva essa batalha a um nível completamente novo. Ela não tem a menor chance.

É possível que mesmo após saber como fazer você não ainda consiga, se sinta travado, ou simplesmente tenha medo de arriscar. Isso é normal. Após ja ter derrotado a Aissa algumas vezes ainda fico bastante tenso na luta contra ela. As vezes os esqueletos aparecem na pior hora possível, ou eu passo por cima de seu rastro da morte por um erro e acabo morto e ai fica tudo mais dificil. Todos os itens ficam no seu corpo no chão, você quer tentar pegar de volta mas pode entrar e morrer novamente perdendo tudo se não fizer isso rápido. As vezes tem esqueletos ja invocados esperando você entrar para te atacar. Se levar outros itens vai acumular as percas caso morra de novo. Todo mundo passa por isso. Mas não desista. Tente manter a calma. Se não hoje, talvez a mate outro dia. Mas uma coisa é certa, com treino vai ficar mais fácil.

Assista como essa batalha pode parecer, ou de fato, ser extremamente fácil e rápida quando você ja dominou o controle do seu exilado, tendo as habilidades e equipamentos certos. Esse é a forma mais impressionante dessa batalha até agora.


Se você quiser ler o conteúdo dos 12 pergaminhos que a Aissa vai dropar conforme for derrotada diversas vezes, a seguir transcrevemos todos eles. Lembrando que isso será um SPOILER e se quiser conseguir ler apenas os que você obtiver após lutar com ela, recomendamos que pare sua leitura por aqui e volte depois de conseguir todos. Abaixo vamos discutir a lore de Aissa em Grim Soul.

O Diáro da Grande Madrasta Aissa.

O conselho dos patriarcas me deu uma missão importante. Eu tenho que criar um menino, é um dos filhos do Imperador. Senti muito orgulho, é que nenhuma sacerdotisa-mentora jamais tinha tido uma honra tão grande. Custe o que custar, eu devo fazer tudo para justificar a confiaça depositada em mim. Que a luz me guie.

Hoje os príncipes fizeram doze anos. O imperador deu uma grande festa para celebrar o aniversário de seu herdeiro mais velho. E eu fui a única pessoa a celebrar com o irmão mais novo dele. Mesmo assim o principezinho ficou tão feliz quando recebeu um cavalinho que lhe esculpi de madeira. A Luz brilhava em seus olhos. Ele pode nunca herdar o trono, mas sei que um grande futuro está destinado a meu menino.

O imperador Wilhelm está morto. O trono passou para o filho mais velho dele, Ioann. Eu rogo à Luz que o novo Imperador tenha herdado a sabedoria e o senso de justiça do pai. Mas algo está acontecendo no palácio. O Sumo Sacerdote disse-me para ter paciência e avisou que em breve teria de cumprir o meu dever. Eu não sei o que ele queria dizer, mas eu faço tudo para meu menino.

Fui chamada ao Sumo Sacerdote hoje. Ele me mandou matar o menino. Não posso acreditar nisso. Isso contradiz tudo o que me foi ensinado. O que aquela criança inocente poderia ter feito de errado? Os sacerdotes temem tanto a profecia, mas se pudessem apenas olhar nos olhos do principezinho…

Em nome da Luz! Decidi fugir. Para salvar o príncipe saí com ele secretamente do palácio. Vamos pela zona da fronteira diretamente para as florestas da Lubénia. Os guardas logo perceberão a nossa ausência e virão atrás de nós. Não podemos passar pelas estradas principais e teremos que ocultar nossos rostos. Não podemos confiar em ninguém. Ficamos sozinhos, sou tudo o que ele tem, e ele é tudo o que eu tenho.

Fomos apanhados no meio de uma tempestade. O menino ficou todo molhado. Não tivemos outro remédio senão parar numa aldeira e esperar a chuva acabar. Uma família local nos deixou pernoitar em seu celeiro. Eles reconheceram-nos, mas mesmo correndo o risco decidiram nos ajudar a qualquer custo. O exército imperial, liderado pelos sacerdotes de Harat, está nos seguindo. Não posso pensar nisso. É preciso proteger o menino custe o que custar.

Eles mataram… mataram todos. Os camponeses não nos traíram e foram queimados dentro de suas casas com toda a aldeia. Por um milagre escapamos do celeiro e fugimos. O rosto do menino ficou queimado. Ele tem febre. Esta é a Luz que eles trazem, aqueles sacerdotes de Harat. A Luz que deveria aquecer agora queima as vítimas inocentes do Império. Não podemos parar mais em nenhum outro lugar e colocar os outros em risco.

Corremos por vários dias até nos perdermos em uma mata tenebrosa de árvores mortas. Um bando de corvos cobriu o sol, e do nevoeiro surgiram umas pessoas vestidas de preto. Já tinha visto esses símbolos. Eram adeptos do deus da morte. Foi como se eles já soubessem que nos encontrariam por ali. Mas mesmo assim eles não nos machucaram, pelo menos por enquanto. Não sei o que nos espera agora, mas o príncipe precisa descansar.

Estava preocupada em vão. Agora entendo que os adeptos não são uns pagãos enlouquecidos como a igreja os representa. Pelo contrário, eles nos receberam de braços abertos. Eles nos abrigaram e nos alimentaram. Tenho ouvido dizerem que o nosso encontro estava previsto e que a profecia deve se tornar realidade… De qualquer forma, temos de permanecer no acampamento deles até que o príncipe melhore. Eles prometeram nos proteger com suas vidas.

Os adeptos acabaram tendo muitos livros proíbidos pelos sacerdotes de Harat. Eles têm pergaminhos de centenas, milhares de anos. Como eu poderia ser tão ingênua? Todo esse tempo eu teria sido vítima de uma mentira maligna, serva de uma fé impura? Fiquei cega por ter olhado tanto para Luz. É que só na escuridão você pode ver os contornos da verdade. E agora sei tudo o que a Igreja não quer revelar tanto.

Os dias passam, mas o príncipe só piora. Seu corpo está ardendo como se o fogo o queimasse de dentro. Por mais que eu discuta com os adeptos ou grite com eles, só há uma coisa a fazer. Nós temos que fazer o ritual. Eu devo aceitar a profecia. Eu aceitarei o deus da morte e me tornarei a mãe do príncipe em outra vida. Nada nos voltará a separar.

Não tenha medo, meu filho. Estou aqui a seu lado. Eles lhe desejaram a morte e você a aceitou. Descanse em paz, meu principezinho. Viva, meu Rei Sinistro.


Reunindo a história dos 12 pergaminhos, e analisando as pistas dentro do jogo então escrevi essa pequena história sobre Aissa.

A Tragédia de Aissa – A Grande Madrasta

Aissa não foi sempre a Grande Madrasta, a criatura amaldiçoada que vaga pela neblina de Lubenia. Muito antes de se tornar uma serva das trevas, ela foi uma mulher respeitada, devota à Luz e escolhida para uma das missões mais importantes do império. Ela era uma sacerdotisa-mentora, e sua vida tomou um rumo inesperado quando recebeu uma honra sem precedentes: cuidar e educar um dos filhos do imperador Wilhelm.

Desde o primeiro momento, ela se dedicou ao garoto com todo seu amor e devoção. Enquanto o herdeiro do trono, Ioann, era celebrado com grandes festas e atenção, o irmão mais novo vivia nas sombras da corte, longe do brilho e do poder da realeza. Mas para Aissa, ele não era menos importante. Ele era um menino doce, de olhar iluminado, e em seu aniversário de doze anos, a única celebração que recebeu foi um simples cavalinho de madeira esculpido por sua própria mentora. Para qualquer outro, poderia ser um presente insignificante, mas para o príncipe, foi um tesouro. Aissa via nele um futuro grandioso, ainda que nunca viesse a herdar o trono.

Mas os dias de paz foram curtos.

Com a morte do imperador Wilhelm, o herdeiro legítimo, Ioann, assumiu o trono, e o império passou a ser governado com mãos de ferro e sob o domínio do clero. Aissa percebeu que algo sombrio estava acontecendo dentro do palácio, mas seguiu os ensinamentos da fé e permaneceu obediente, aguardando os desígnios da Luz.

Até que um dia, recebeu uma ordem impensável: matar o menino que ela havia criado como um filho.

O Sumo Sacerdote a chamou em particular e ordenou que executasse o jovem príncipe, pois ele representava um grande perigo ao império. Havia uma profecia que aterrorizava os sacerdotes, e para impedi-la de se cumprir, a morte do menino era necessária.

Aissa não aceitou. Ela havia sido ensinada que a Luz guiava os justos, mas como poderia a justiça ordenar o assassinato de uma criança inocente? Como poderia o império que ela serviu com tanta devoção desejar a destruição daquele menino puro, cujos olhos brilhavam cheios de esperança?

Foi então que tomou sua decisão.

Ela fugiu do palácio, levando consigo o príncipe, abandonando sua fé e sua posição, tornando-se uma traidora da coroa e da igreja. Eles partiram em direção a Lubenia, atravessando florestas e estradas perigosas, sempre perseguidos pelos guardas imperiais. Não podiam confiar em ninguém. Para Aissa, o príncipe era tudo o que ela tinha, e ela era tudo o que ele tinha.

A Perseguição e o Massacre

Certa noite, foram surpreendidos por uma tempestade e encontraram refúgio em uma pequena aldeia. Um casal de camponeses os acolheu, oferecendo abrigo em um celeiro. Mas a segurança durou pouco. Os soldados os rastrearam até ali, liderados pelos sacerdotes de Harat, os mesmos que pregavam a Luz como salvação. O império não queria apenas eliminar o príncipe — queria garantir que ninguém mais ousasse desafiá-los.

A aldeia inteira foi queimada até o chão.

Os camponeses que os ajudaram foram sacrificados em nome da Luz, carbonizados dentro de suas próprias casas. O menino ficou gravemente ferido, seu rosto queimado pelas chamas, e a única coisa que Aissa pôde fazer foi fugir com ele novamente, carregando não apenas o peso da sua decisão, mas a culpa de tantas vidas perdidas. A luz que deveria aquecer agora queimava as vítimas inocentes do império.

O Encontro com os Adeptos do Deus Sinistro

Dias de fuga os levaram às profundezas de Lubenia, onde a floresta parecia morta e a névoa nunca se dissipava. Corvos se amontoavam nos galhos secos das árvores, ocultando o céu. Foi então que eles surgiram.

Vestidos em mantos escuros, os adeptos do Deus Sinistro apareceram das sombras, como se já soubessem que ela e o príncipe estavam ali. Aissa temia o que poderia acontecer, mas para sua surpresa, eles não os atacaram. Pelo contrário, os receberam de braços abertos, oferecendo abrigo e comida. Eles prometeram protegê-los com suas vidas.

Aissa, que antes via os adeptos como pagãos fanáticos, começou a questionar tudo o que acreditava. Como poderia a Igreja condenar aqueles que a acolheram, enquanto os sacerdotes da Luz queimavam aldeões inocentes? Quanto mais tempo passava com os adeptos, mais percebia as mentiras da religião que servira por tantos anos.

Os seguidores do Deus Sinistro tinham livros proibidos — conhecimentos antigos que haviam sido ocultados pelo império. Aissa leu cada um deles. E foi então que viu a verdade. A fé que ela seguira por toda a sua vida não era luz, mas apenas mais uma sombra. Ela havia sido enganada.

Nos pergaminhos, encontrou a profecia que os sacerdotes tanto temiam. E agora, ela finalmente a compreendia.

O Ritual e o Sacrifício

Mas a salvação veio tarde demais. O príncipe piorava a cada dia, queimando em febre como se um fogo consumisse seu corpo por dentro. Nenhum remédio, nenhuma prece poderia salvá-lo. Os adeptos sabiam o que deveria ser feito.

O ritual.

Ele precisava aceitar seu destino, precisava renascer em outra forma, e Aissa precisava aceitá-lo como ele era destinado a ser.

Naquela noite, ela fez sua escolha final.

Ela renunciou à Luz e abraçou a escuridão. Ela aceitou o Deus Sinistro.

Ela se tornou a Mãe do Príncipe em outra vida.

Nasce o Rei Sinistro

O príncipe morreu nos braços de Aissa. Mas seu sacrifício não foi o fim, e sim um renascimento. O menino que foi caçado e condenado pelo império deixou sua humanidade para trás e se tornou aquilo que a profecia havia previsto:

O Rei Sinistro.

O novo senhor da morte, o grande mal que o império tanto temia.

Aissa permaneceu ao seu lado, mas não mais como a mulher que foi um dia. A sacerdotisa-mentora, a mãe adotiva, a fugitiva já não existia mais.

O ritual a transformou na Grande Madrasta, um ser aprisionado entre a dor e a escuridão, condenada a vagar pelo mundo amaldiçoado ao lado de seu rei. Seu cântico assombra as terras de Lubenia, e sua fúria é apenas um reflexo do sacrifício que fez para proteger aquele que considerava seu filho.

Agora, aqueles que se atrevem a desafiá-la enfrentam não apenas um Boss, mas uma mãe que já perdeu tudo e não hesitará em arrancar a vida de quem ousar cruzar seu caminho.

Ela lutou contra o império. Ela desafiou os sacerdotes da Luz. Ela renunciou a tudo o que acreditava. E no fim, ela se tornou aquilo que sempre temeu.

Aissa. A Grande Madrasta. Guardiã do Rei Sinistro.

Principe Eisen?

Sim! Gerhard Eisenborg ser o pequeno príncipe criado por Aissa é uma teoria altamente provável, e o detalhe do cavalinho de madeira reforça ainda mais essa conexão.

Quando derrotamos Gerhard Eisenborg na Masmorra dos Renegados, ele pode derrubar um pequeno cavalo de madeira, o mesmo brinquedo que Aissa deu ao príncipe quando ele completou 12 anos. Isso sugere que ele é o menino que ela salvou do império, mas de alguma forma ele não se tornou o Rei Sinistro como os adeptos do Deus Sinistro esperavam.

O que aconteceu com Gerhard Eisenborg?

Aissa fugiu com o príncipe e confiou sua proteção aos adeptos do Deus Sinistro. Mas sabemos que ele não sobreviveu na sua forma original, pois a profecia exigia um ritual e um sacrifício para que ele se tornasse o Rei Sinistro. Isso sugere algumas possibilidades:

  1. O ritual não saiu como esperado. Algo pode ter dado errado, e o menino não se transformou no Rei Sinistro como planejado.
  2. O sacrifício aconteceu, mas seu corpo mortal sobreviveu. Em outras palavras, a essência do Rei Sinistro pode ter renascido separada de Gerhard Eisenborg, deixando-o como um mero guerreiro amaldiçoado e sem memória do seu passado.
  3. Ele resistiu ao chamado do Deus Sinistro. Talvez, no momento do ritual, ele tenha lutado contra sua transformação e conseguido manter parte da sua humanidade, escapando para outro destino.

Seja qual for a verdade, Gerhard Eisenborg não parece lembrar de seu passado como príncipe. Seu nome foi mudado, e ele se tornou um senhor da guerra, possivelmente um dos campeões do próprio Rei Sinistro ou um guerreiro caído corrompido pela escuridão.

ADS

copyright reserved content - 2025
.dev Aureo Duarte Yamanaka Filho